Uma palmeira.
Que pode ser vista do Largo da Estrela.
Banal para quase todos. Não para mim.
Aquela palmeira está no “recreio” do colégio onde andei, “menino e moço”.
“Recreio” dos rapazes…porque o das raparigas era outro, com gradeado de ferro a servir de fronteira irredutível.
Passaram 50 anos, por mim e por ela. Mas nela não se notam os efeitos.
Digo-lhe “olá!” sempre que por ali passo.
Ela não responde de viva voz, mas sei que me reconhece e me saúda.
Amigos de longa data.
O colégio já não existe, mas ela persiste.
Os meninos de então estão hoje na meia-idade, ela na mesma.
Altaneira.
Testemunho.
Que pode ser vista do Largo da Estrela.
Banal para quase todos. Não para mim.
Aquela palmeira está no “recreio” do colégio onde andei, “menino e moço”.
“Recreio” dos rapazes…porque o das raparigas era outro, com gradeado de ferro a servir de fronteira irredutível.
Passaram 50 anos, por mim e por ela. Mas nela não se notam os efeitos.
Digo-lhe “olá!” sempre que por ali passo.
Ela não responde de viva voz, mas sei que me reconhece e me saúda.
Amigos de longa data.
O colégio já não existe, mas ela persiste.
Os meninos de então estão hoje na meia-idade, ela na mesma.
Altaneira.
Testemunho.
8 comentários:
Também na minha escola primária havia uma, pela qual eu trepava e me sentava num dos galhos até deparar, um dia, com um gafanhoto enorme ao lado. E lá permanece, maior e mais inacessível às crianças de hoje de tanto cresceu, entroncou.
Há sempre uma árvore no percurso do nosso caminho, penso depois de ler este texto... o fascínio do altaneiro porque não chegavamos ao cume? O sermos crianças e as árvores, à imagem dos restantes objectos, serem para nós grandes demais? O roçarem o céu ou o que prometiam avistar do seu cimo?...
É, há sempre uma árvore no nosso percurso do nosso caminho, principalmente na infância.
A cidade é, em cada um de nós, parcela e somatório. E, porque mutável a cada instante, indaga-nos sobre quem somos, nós, os passantes.
Inquisitiva, confronta-nos perante o nosso prazo de validade.
Porque ela fica... Palmeira, rio, colina, esquina, anfiteatro
ou
palco onde os actores são sempre temporais na "intemporal-idade" cósmica e universal.
Gostei de ler, de re_flectir. Guardo o caminho...
O colégio que frequentei, também já não existe nem as árvores de fruto que tantas memórias me trazem. Deu lugar a uma urbanização, ou seja a mais betão em altura. É a vida.
Acidentalmente, por aqui passei e fiquei agradado, pelo tema dominante, pelos textos, pelas imagens e pela música.
As minhas felicitações e uma saudação especial pelo pequeno-grande texto do David Mourão Ferreira, sobre as Lisboas que vamos conhecendo ao longo da vida.
também eu tinha uma palmeira, não no recreio mas num terreno ao lado e do colégio podíamos vê-la crecer alta e forte. Um pouco como nós que tínhamos 6 anos
Caro Senhor José Quintela Soares
Receba os meus parabéns e já agora,também, agradecimentos por nos proporcionar momentos tão agradáveis, graças ao seu extraordinário trabalho de recolha de memórias de lisboa: também minha querida terra. Sou de São Vicente Fora(nasci naqueles prédios em frente ao Panteão Nacional, Campo de Santa Clara nº 47-2.
Agora, só mais um pormenor, quando se refere à "palmeira" senti emergir de sí, uma nostalgia que me tocou forte, pois essa “amiga” acompanha-me eternamente.
Receba meu amigo, os meus respeitosos cumprimentos
As maiores felicidades
Manuel Paula
Muito obrigado pelas suas amáveis palavras.
E verdade há sempre uma árvore na nossa infância...No meu Liceu ainda lá estao, joguei muitas vezes ao berlinde a sua sombra, quantas memorias tao bonitas. Agora tenho uma no jardim de casa, falo de vez en quando con ela, sô é feliz no verao, aqui onde estou há poco sol.
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