segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Força de leão


É preciso ter força de leão para suportar o peso de tanta sujidade, mau trato e indiferença.
No jardim fronteiriço ao Palácio de S.Bento, mal cuidado e triste, olham em todas as direcções, mas não descobrem nada de promissor.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Cais do Sodré



Bem no meio do caos do trânsito e da pressa.
Suja, abandonada e omitida.
Estátua aos pescadores.
No Cais do Sodré.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Mouraria



Ruas estreitas e curvilíneas.
Idosos à janela, passando o tempo.
Roupa estendida porque não há outro espaço.
Cuecas, camisas, parabólicas, varapaus.

E um candeeiro.
Que conheceu, naquele lugar, outras gentes e outras épocas.

Mouraria.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Perdoai-lhes Senhor...


Pela ignorância sobre a língua portuguesa, pelos verdadeiros “atentados” de que é constantemente vítima, pelos atropelos que sofre, pelo desnorte que reina no ensino da língua-mãe, pelos resultados públicos de tudo isto, Camões ergue as mãos para o Céu, em prece, triste e seguramente revoltado, pedindo um pouco mais de VERGONHA aos responsáveis.
Que já são muitos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Rua do Quelhas



Folhas que o Outono fez cair no chão.
Que o Inverno conserva.

Ramos quais raios de trovoada que se adivinha.
Que se avizinha.

Bancos de azulejo há muito abandonados.
Excepto pelo pássaros.
Que duvidando de tanta generosidade
Não ousam sequer sentar-se.

Rua do Quelhas.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Alto do Pina


Ocupa o pequeno largo quase na totalidade.
Poucos o utilizam, mas tempos houve em que fornecia de água toda a população do Alto do Pina.
Resistiu à inutilidade, e lá está, no lugar que sempre foi o seu, indiferente às canalizações que o tornaram obsoleto.
Um exemplo.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Alameda Afonso Henriques



A água que corre não consegue esconder a sujidade das estátuas.
E como muitas vezes a água não corre, seria conveniente aproveitar uma dessas ocasiões para as limpar.

Com ou sem ela, a beleza impera, numa Alameda Afonso Henriques muito frenética em obras no lado oposto.

Lisboa monumental.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Cinzento

O cinzentismo daquela tarde casava bem com a sujidade das figuras.
Nem o céu estava azul
Nem o branco da estátua se impunha.
Apenas uma réstia de verde. Das árvores.

E as pombas frias, também brancas
Abrem as asas, apesar de tudo.
Têm esperança de melhor(es) tempo(s).