domingo, 29 de julho de 2007

"Éden"


Foi Teatro.
Foi Cinema.

Agora…é apenas um edifício.

De uma beleza extraordinária.
Prémio de Arquitectura, à época.

O “Éden”.
Nos Restauradores.

Com ou sem modernos “arvoredos” na fachada, será sempre uma obra-prima de Lisboa.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ermida de Santo Amaro


Está muito escondida.
É preciso subir muitos degraus para lá chegar, mas quem o faz, sente-se seguramente recompensado.
A Ermida de Santo Amaro.
Só está aberta ao público à segunda-feira.
A vista sobre o rio é soberba, a tranquilidade absoluta.
Chamo a atenção para os azulejos dos claustros, que se espreitam de fora, mas são magníficos quando admirados de mais perto.

Descobri este monumento há pouco tempo.
Está bem cuidado, simples mas limpo.
E nas traseiras, um pequeno jardim com bancos de madeira completa na perfeição este espaço.

Merece uma visita.

domingo, 22 de julho de 2007

Poetas

Descia o Chiado em passo lento, como sempre faço aos sábados de manhã.
Ao passar pela Igreja dos Mártires, sou abordado por uma rapariga nova, de bom aspecto, toda vestida de branco.
- “Desculpe, gosta de poesia?”
-“Gosto.”
-“Quer ler um poema meu?”, tirando de uma capa de plástico um A4 impresso em computador.

Peguei na folha.

- “Quer que lho leia?”, perguntou em voz amena.
- “ Não, se não se importa lerei mais tarde”.
- “São 2 euros, menos não”.

Dei-lhe 2 euros.

- “Deixe-me assiná-lo”
Assinou.
-“Obrigado e felicidades.”
-“Felicidades também para si”.

E segui.

O poema é este:

“Descreve-me o silêncio…
Não questiones o mar
Despe-o ao invés…
Deixa tudo, mas mesmo tudo.
Mergulha de vez na eloquência
Da mudez, rasga a palavra, recorta-a
Até que dela só reste picadinho…
E só aí talvez de ti digam que
Finalmente és uma pessoa banal…
Ou então nem assim porque todos
De ti já sabem que dormes e
Acordas cada dia com a tua loucura
E tens por amante a poesia…”

Com amizade
Maria do Carmo Correia
21/07/07

Uma rapariga que escreve.
Que vende poema a poema na rua.
Que não aceita menos de 2 euros por cada um.
Que nenhum editor certamente aceitou.
Que acredita em si.

Lisboa. Dos poetas.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Aberrações


Os exemplos como este são inúmeros na Lisboa que se pretende conservada e bem estimada.
Quem mandou colocar o “mamarracho” atrás do fontanário não percebeu, ou nem se deu ao incómodo de pensar, que iria desvirtuar completamente a beleza do que decidiu tapar.
A questão que se deve colocar é : que esperam para deitar aquela “coisa” abaixo?

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Praça do Comércio


O candeeiro talvez tenha sido inspirado pelo edifício.
Estranhas simetrias que o olhar desatento não capta.
Até porque é necessário olhar para cima, e o português (sabe-se lá porquê) tem por hábito só olhar para o chão.
São vizinhos, na Praça do Comércio.
Olham ambos para as obras do Metro…e não percebem…
Nós preferimos olhar para eles.
E virar as costas à aberração.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Quiosques


Velho quiosque.
Ainda existem muitos nesta Lisboa, mas poucos funcionam.
Matavam a sede a clientes que, em amena cavaqueira, de pé, encostados às suas pequenas aberturas, antes ou depois dos empregos, “bebiam um copo” que acompanhavam com amendoins ou fava frita.
Vinho, mais tarde cerveja, tabaco, ginjinha, aguardente.
Povo.
Era mais barato que nos cafés.
Pretos, vermelhos, brancos. Quase sempre destas cores.
Hoje sobreviventes, resquícios de um passado pitoresco, que a cidade não pode deixar morrer.
Mas deixa.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Estátua


Olhei para a janela e vi o reflexo da estátua.
Que parece pintada no vidro.
Ou que estamos do lado de dentro.
Em azul.
E pedra.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Alfama


O pobre e triste “2” retrata o quanto de abandono se pode observar na Lisboa antiga.
O pobre e triste “2” está preso por apenas 1…parafuso. Os outros companheiros há muito desapareceram.
O pobre e triste “2” já esteve direito, quando o gradeamento vizinho, também ele esquecido e sujo, não era habitação de aranhas e suas teias.

Mas afinal…quem será “pobre e triste”?

O “2”?
O proprietário?
Ou quem deveria cuidar desta cidade?

domingo, 1 de julho de 2007

Largo Rafael Bordalo Pinheiro


Ali mesmo ao pé do Teatro da Trindade.
Este prédio sempre me fascinou, e nem o "modernismo" de alguns aparelhos de ar condicionado encravados em algumas das suas janelas, lhe fez perder o encanto.
Fico extasiado a admirar estes azulejos, esta autêntica “obra-mestra” imponente, recatada e sublime.
Os elementos da Natureza são perfeitos.
Como Lisboa. Antiga.