domingo, 29 de novembro de 2009

Instantâneos (19)


Banco de jardim não é estendal para roupa.
Por razões óbvias.
E não é crível que alguém se dispa, de calças e de preconceitos, em pleno Parque Eduardo VII.

O cuidado com que a peça de vestuário foi exposta, indica que se trata de pessoa com esmero…

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lisboa em Prosa (7)


“Lisboa crescera por cima das colinas, saltitando, talvez lembrada do seu tempo de mouros e guerras: do Castelo à Graça, da Graça à Penha de França, daí ao Alto do Pina e à Picheleira. Só mais tarde avançara pelo vale do que seria a Almirante Reis, da mesma forma que as Avenidas Novas só avançaram quando a implantação da república veio expandir a burguesia: não a burguesia industriosa; a burguesia de pequenos proprietários, senhorios urbanos, profissionais liberais, na profissão e na política, professores universitários.
Lisboa sempre teve esses dois tempos de crescimento: um crescimento popular que saltita sobre as colinas, um crescimento burguês que se espraia em avenidas planas, de fácil transporte.
Nesse avançar pelas colinas se teciam ainda os encantos literários do Eça, a Penha de França, João da Ega, no Alto do Pina e na Picheleira se vislumbrando os Olivais, Carlos da Maia”.


Maria Isabel Barreno

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Há 50 anos (6)


Cruzamento da Av. D.Carlos I com a Av. 24 de Julho.
Não é só do sinaleiro que temos saudades.
A aberração actual cria outras...

(Fotografia de 1959 retirada do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Lisboa em Prosa (6)


“Depois de uma enfiada de ruas lôbregas aparecia um bocado de Tejo, passavam-se os arcos, as antigas portas, o lavadouro público encostado à muralha dos comboios e penetrava-se no coração do bairro. Triste e cheio de armazéns! O vinho, os panos e os tabacos faziam a riqueza de grandes industriais que não viviam nele. Dois mosteiros antigos, de uma imponência morta, despercebida, colocados a um extremo e outro da artéria irregular que atravessa toda aquela baixa, lembravam um estranho passado: tempos elegantes e piedosos, que os grandes entrepostos e fábricas do presente sepultavam sem sequer negar”.


Irene Lisboa

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Há 50 anos (5)




Largo de S.Miguel, em Alfama.