quinta-feira, 4 de junho de 2009

Lisboa em Prosa (2)

“Presépio, anfiteatro, cais dum destino, plano inclinado por onde há séculos um povo e uma alma parecem escoar-se a caminho de outros mundos e paisagens, do pão amargo sobretudo – Lisboa é este rio imenso, este horizonte de apelos sem fim, e não se pode ter nascido aqui, vivido aqui, ou ser-lhe assimilado, sem lhe sofrer o influxo, sem ficar para sempre, marcado duma vocação, dum desgarramento e fatalismo, dum anseio de partir e tornar, duma sensual melancolia”

José Rodrigues Miguéis

1 comentário:

Eduarda disse...

Depoimento soberbo,este de José Rodrigues Miguéis!
Que Lisboa autêntica,sentida, aqui nos é revelada!
Obrigada,José Augusto,por nos deliciares com este sentir.É lindo.
Abraço