sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lisboa em Prosa (9)


“Saudades de Lisboa…Como não sentir, mesmo em Lisboa, saudades de Lisboa? Nos bairros mais antigos há certos núcleos ainda preservados, certos recantos miraculosamente ainda quase intactos, mas na sua maioria as ruas por onde passamos já não são as ruas por onde passámos, nem os panoramas de conjunto nem os quadros avulsos da vida citadina são já os mesmos de há quinze ou vinte anos. E a cada passo nos surpreendemos – todos aqueles que ultrapassámos o mezzo del cammin – a confundir intimamente as duas sobrepostas imagens de Lisboa, sem bem cuidarmos de sondar, as mais das vezes, qual delas é a verdadeira.”

David Mourão-Ferreira

2 comentários:

teresa maremar disse...

Álvaro de Campos, in Tabacaria

Ele morrerá e eu morrerei
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta.
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta gigante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas
qualquer coisa como gente,
continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas.
[...]


Entre a da memória e a que se oferece, qual a Lisboa verdadeira?
... talvez lembrar Cocteau A verdade não existe, existem é arremedos de verdade.

Lisboa Para Brasileiros disse...

Olá José....seu espaço é inspirador, parabéns pelo Lisboa Antiga. Aproveitamos para convidá-lo a conhecer nossa página: www.lisboaparabrasileiros.blogspot.com

Abs