quinta-feira, 8 de maio de 2008

Príncipe Real


Lisboa é cor.
Ambas vivas.

Lisboa é pedra conservada.
Lisboa é janela despropositada.

Lisboa garrida.
Lisboa de gostos. Bom e mau.

3 comentários:

teresamaremar disse...

Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores…
À força de diferente, isto é monótono.
Como à força de sentir, fico só a pensar.

Se, de noite, deitado mas desperto,
Na lucidez inútil de não poder dormir,
Quero imaginar qualquer coisa
E surge sempre outra (porque há sono,
E, porque há sono, um bocado de sonho),
Quero alongar a vista com que imagino
Por grandes palmares fantásticos,
Mas não vejo mais,
Contra uma espécie de lado de dentro de pálpebras,
Que Lisboa com suas casas
De várias cores.
Sorrio, porque, aqui, deitado, é outra coisa.
A força de monótono, é diferente.
E, à força de ser eu, durmo e esqueço que existo.
Fica só, sem mim, que esqueci porque durmo,
Lisboa com suas casas
De várias cores.



Álvaro de Campos, 11 de Maio de 1934

Carlos Faria disse...

Interessante chamar a este post "Príncipe Real", pois para mim o "Principe Real" era a rua da escola politécnica, a minha antiga faculdade, o jardim botânico, a casa da moeda, a reitoria da U nova de Lisboa, cafés e bares nocturnos, mas sei que é muito mais...nomeadamente uma fachada com cores berrantes.

Unknown disse...

Esta é a nova Lisboa, com as cores mais vivas que outrora. Eu gosto desta Lisboa renovada, pintada a cores fortes, sem vergonha do embate forte nos olhos e que reflecte ainda mais a bela luz da cidade.

Lindíssima imagem. Uma vez mais obrigada por nos dar a ver essa cidade que é a nossa.