sexta-feira, 1 de junho de 2007

O "Eléctrico"


O “eléctrico”.
Parece uma formiga pelas estreitas ruas de Lisboa antiga, (em algumas ocupa mesmo quase todo o espaço), já que foi expulso da moderna. A voragem do tempo disse-lhe que era velho e ultrapassado.
Velho companheiro, do tempo em que um bilhete custava 7 tostões e me deixava quase à porta do Liceu. O sempre lembrado Passos Manuel.
Era o 28. O célebre 28, dos Prazeres até à Graça.
O “amarelo” da Carris, que Ary dos Santos ajudou a imortalizar:

“O amarelo da Carris
vai da Alfama à Mouraria,
quem diria.
Vai da Baixa ao Bairro Alto,
trepa à Graça em sobressalto,
sem saber geografia”.

1 comentário:

teresamaremar disse...

Vou começar por uma história que sempre me faz rir. Tenho uma amiga cujos pais moram no Porto, onde há os idênticos transportes atravessando a cidade.
Pois a mãe da minha amiga, já reformada há anos, faz todos os dias o seu passeiozito. E sempre na mesma carreira. Esta, quando chega a um lugar de mais movimento, inevitavelmente, pára todos os dias, frente a um cafézito típico, porque o estacionamento de automóveis, esquecidos de que ainda se circula sobre carris, bloqueia a linha.
Diz então a senhora, no seu sotaque ipiricõn, que é um gosto, porque uns zaragateiam, outros aproveitam e bebem café, e a animação do betacismo cresce :)
(ok, ouvi-la contar tem mais da sua graça, mas eu acho uma delícia)

O 28 ainda hoje mantém a celebridade, a carreira mais conhecida de turista.
Sempre preferi o eléctico, ainda que os percursos fossem mais demorados.
Lembro principalmente o trocar de agulhas, e as janelas, que davam para ir de cotovelo e cabelo ao vento :)
principalmente lembro isso... ir de cabelo ao vento...