sexta-feira, 29 de junho de 2007

Chiado (2)


Poeta Chiado.
De frente para a “Brasileira”, para Pessoa, e para a “Havaneza”, parece participar nas conversas de café que a esplanada proporciona. Não às antigas tertúlias de artistas, escritores, jornalistas que por ali passavam diariamente, mas a simples turistas, que agora são maioritários naquele espaço.
O “Ramiro Leão” também mudou de nome.
O velho “Cabelleireiro”, que é barbeiro, já poucos fregueses tem.
A livraria do “Diário de Notícias” de há muito que se mudou daquela esquina.

A estátua bem tenta adaptar-se aos novos tempos.
Mas tem dificuldade.
Por isso, escolheu ficar de costas para a câmara.

Como a compreendo!

3 comentários:

teresamaremar disse...

O Poeta a olhar Pessoa, Almada, Santa Rita, Eloy...

A "Brasileira", berço da "bica".
Os cafés, lugares de gestação, "récits de table". Narrar, o gesto centralizador. A contar histórias.

O poeta, de costas voltadas ao Ramiro Leão, um elevador e um banco de repouso, entre dourados, a contar outras histórias. Balzaquianas. De Pó-de-arroz.

E descendo a rua, a "Gardénia", montra estreita, interior obscuro, fitas, penas e plumas... chapéus! Adoro chapéus!
A Gardénia com uma escada apertada, espelhos a devolverem poesia. Um espaço que, desde pequena, sempre me fascinou.

O Chiado, espelho do teatro mundano. Construcção cenográfica.

(um post a dar ideia para um outro post)

eu disse...

A livraria Diário de Notícia há muito mudou para outras paragens e, cometeu-se nessa ocasião, com a permissão de quem deveria não o permitir, cometeu-se o vandalismo de retirar a parede em placas de mármore onde se "esculpira" uma obra de arte.
Lembra-se?
Onde se encontra agora essa obra de arte ?


D. Galinha

Anónimo disse...

Lembro-me muito bem dessa parede, na "Galeria" da livraria.
Desconheço onde está, ou se ainda existe, porque neste país de pouca memória...tudo se deita para o lixo, excepto muito do "lixo" que por aí nos atormenta.