sábado, 29 de dezembro de 2007
Ano Novo com "Esta Lisboa que eu Amo"
A todos os que me acompanham neste espaço, desejo um Bom 2008.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
sábado, 22 de dezembro de 2007
Natal com David Mourão-Ferreira
A todos os que me acompanham neste espaço, desejo um Bom Natal.
NATAL À BEIRA-RIO
NATAL À BEIRA-RIO
"É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?"
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Amálgama
Telhados, janelas, fios, cordas, paus, águas-furtadas, antenas e parabólicas, taipais, torre de igreja e sino, candeeiros, paredes, chaminés, vidros, estores.
E vegetação.
Verde no branco, com o azul do céu a saudar esta aguarela de motivos alfacinhas, na Lisboa de outras eras que se adaptou aos tempos modernos.
Nas traseiras da Ribeira.
E vegetação.
Verde no branco, com o azul do céu a saudar esta aguarela de motivos alfacinhas, na Lisboa de outras eras que se adaptou aos tempos modernos.
Nas traseiras da Ribeira.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Coreto
Coreto de jardim, guarida de sons perdidos na vegetação.
Tens as plantas por companhia.
E velhos bancos de apodrecida madeira.
Estás mudo.
Em ti tocaram amadores briosos, como puderam.
A rodearem-te, centenas pararam. Escutaram. Gostaram.
Coreto de jardim, palco ido para as memórias.
Sem bombos ou clarinetes, fagotes ou trompas de outros tempos.
Apenas o eco distante, persistente.
Da saudade.
És rasto de Cultura.
Maltratado.
Calado.
Só.
Tens as plantas por companhia.
E velhos bancos de apodrecida madeira.
Estás mudo.
Em ti tocaram amadores briosos, como puderam.
A rodearem-te, centenas pararam. Escutaram. Gostaram.
Coreto de jardim, palco ido para as memórias.
Sem bombos ou clarinetes, fagotes ou trompas de outros tempos.
Apenas o eco distante, persistente.
Da saudade.
És rasto de Cultura.
Maltratado.
Calado.
Só.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Pensão
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Chaminés
Como setas apontadas ao céu, palcos de muitos fumos de comida caseira.
Tão ou mais resistentes que as telhas que lhes dão sustentabilidade, em telhados cansados de abrigar do frio e da chuva. E do sol.
Altaneiras, desafiam o tempo sabendo que um dia serão inexoravelmente derrotadas, mas cumprem a sua missão até ao fim, com arrojo e galhardia.
Para muitas, o fumo acabou quando acabou a vida dos inquilinos, mas a sua disponibilidade continua.
Velhas chaminés de Lisboa.
Tão ou mais resistentes que as telhas que lhes dão sustentabilidade, em telhados cansados de abrigar do frio e da chuva. E do sol.
Altaneiras, desafiam o tempo sabendo que um dia serão inexoravelmente derrotadas, mas cumprem a sua missão até ao fim, com arrojo e galhardia.
Para muitas, o fumo acabou quando acabou a vida dos inquilinos, mas a sua disponibilidade continua.
Velhas chaminés de Lisboa.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Craveiros à Janela
Os craveiros nem sempre estão em águas-furtadas.
“Cheiram a Lisboa”, “cheiram bem”.
São poucos os que ainda se vêem.
Talvez por isso, Lisboa cheire menos bem…
Lisboa do Tejo, cuja água bem falta faz na limpeza da cidade.
Lisboa do Sol e das sombras, dos “alfacinhas” agora pouco viçosos.
Como os craveiros.
“Cheiram a Lisboa”, “cheiram bem”.
São poucos os que ainda se vêem.
Talvez por isso, Lisboa cheire menos bem…
Lisboa do Tejo, cuja água bem falta faz na limpeza da cidade.
Lisboa do Sol e das sombras, dos “alfacinhas” agora pouco viçosos.
Como os craveiros.
domingo, 18 de novembro de 2007
Ferro
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
O primeiro "Zoo" de Lisboa
O primeiro Jardim Zoológico de Lisboa partiu da iniciativa de um grupo de médicos, entre os quais o célebre Dr.Sousa Martins.
Reunidos em assembleia, em Fevereiro de 1833, realizada no edifício da escola Politécnica, sob a presidência de D.Fernando, o Rei-Artista, constituíram uma comissão fundadora, e quotizando-se entre si, arranjaram a quantia de 300 contos (!).
O local que imaginaram ideal seria, pouco tempo depois, colocado à sua disposição pelos proprietários, e assim nasceu, no parque de São Sebastião da Pedreira, o primeiro Jardim Zoológico de Lisboa, de imediato considerado um dos melhores do mundo.
Na verdade, a quantidade e diversidade de animais trazidos das ex-colónias foi tal, que o Jardim não temia qualquer comparação com outros já existentes.
Reunidos em assembleia, em Fevereiro de 1833, realizada no edifício da escola Politécnica, sob a presidência de D.Fernando, o Rei-Artista, constituíram uma comissão fundadora, e quotizando-se entre si, arranjaram a quantia de 300 contos (!).
O local que imaginaram ideal seria, pouco tempo depois, colocado à sua disposição pelos proprietários, e assim nasceu, no parque de São Sebastião da Pedreira, o primeiro Jardim Zoológico de Lisboa, de imediato considerado um dos melhores do mundo.
Na verdade, a quantidade e diversidade de animais trazidos das ex-colónias foi tal, que o Jardim não temia qualquer comparação com outros já existentes.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Gustavo de Matos Sequeira
Gosto de ti, Alfama!
“Alfama! Andar por lá a horas mortas
numa noite de lua,
quando o luar escorre pelas portas
e se entorna na rua;
quando as empenas e os beirais, artistas
de curvas sombreadas,
se entrecruzam em formas imprevistas
nas pedras das calçadas;
quando o silêncio que se espalha à volta,
e tanto se ama agora,
deixa a imaginação correr à solta
pelos séculos fora;
quando a gente do bairro, recolhida,
nos dá a impressão
de que se vive numa outra vida
e o nosso coração
se aquece mais naquela débil chama
que se está a apagar…
Ah! Que lindo espectáculo o de Alfama
numa noite de luar!
Sente-se toda a febre de Lisboa
naquele casario
sem disciplina, que desceu à toa
a procurar o rio,
e, sem ferir nem magoar, apenas
ansiosa de chegar,
misturou os telhados e as empenas
num jeito de abraçar.
Nas vielas humildes, escadeadas,
onde os olhos se turvam
a pensar nas pobrezas recatadas,
há arcos que se curvam,
amigos bons que por ali se juntam;
são de pedra, mas têm
um coração que sente, e não perguntam
o “quem é?” a ninguém.
Gosto de ti, Alfama; és o mais velho
dos bairros da cidade.
Olha-te bem no Tejo – é o teu espelho.
Retoca com vaidade
as tuas rugas. Elas são a prova
do teu ceptro, acredita.
Não queiras nunca que te façam nova…
Assim é que és bonita.”
Gustavo de Matos Sequeira
“Alfama! Andar por lá a horas mortas
numa noite de lua,
quando o luar escorre pelas portas
e se entorna na rua;
quando as empenas e os beirais, artistas
de curvas sombreadas,
se entrecruzam em formas imprevistas
nas pedras das calçadas;
quando o silêncio que se espalha à volta,
e tanto se ama agora,
deixa a imaginação correr à solta
pelos séculos fora;
quando a gente do bairro, recolhida,
nos dá a impressão
de que se vive numa outra vida
e o nosso coração
se aquece mais naquela débil chama
que se está a apagar…
Ah! Que lindo espectáculo o de Alfama
numa noite de luar!
Sente-se toda a febre de Lisboa
naquele casario
sem disciplina, que desceu à toa
a procurar o rio,
e, sem ferir nem magoar, apenas
ansiosa de chegar,
misturou os telhados e as empenas
num jeito de abraçar.
Nas vielas humildes, escadeadas,
onde os olhos se turvam
a pensar nas pobrezas recatadas,
há arcos que se curvam,
amigos bons que por ali se juntam;
são de pedra, mas têm
um coração que sente, e não perguntam
o “quem é?” a ninguém.
Gosto de ti, Alfama; és o mais velho
dos bairros da cidade.
Olha-te bem no Tejo – é o teu espelho.
Retoca com vaidade
as tuas rugas. Elas são a prova
do teu ceptro, acredita.
Não queiras nunca que te façam nova…
Assim é que és bonita.”
Gustavo de Matos Sequeira
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Sem comentários...
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Mercado da Ribeira
Mercado da Ribeira.
Desde 1882 a servir Lisboa, noite e dia, a vender os produtos frescos que lhe chegavam pelo próprio produtor, que dos arredores da cidade os traziam até ali.
O “cacau” da Ribeira aqueceu as madrugadas de gerações de feirantes, e também as da boémia lisboeta.
É na Ribeira que se abastece, ainda hoje, a maioria dos restaurantes “alfacinhas”, mas o Mercado já não tem o furor de outros tempos.
Adaptou-se, já vende livros, expõe quadros, organiza bailes, alberga restaurantes.
Velha Ribeira.
Desde 1882 a servir Lisboa, noite e dia, a vender os produtos frescos que lhe chegavam pelo próprio produtor, que dos arredores da cidade os traziam até ali.
O “cacau” da Ribeira aqueceu as madrugadas de gerações de feirantes, e também as da boémia lisboeta.
É na Ribeira que se abastece, ainda hoje, a maioria dos restaurantes “alfacinhas”, mas o Mercado já não tem o furor de outros tempos.
Adaptou-se, já vende livros, expõe quadros, organiza bailes, alberga restaurantes.
Velha Ribeira.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Feira da Ladra
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
terça-feira, 23 de outubro de 2007
A Voragem
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
"Foreiro a"
terça-feira, 16 de outubro de 2007
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Indignação
Também me parece que só à bastonada…perante o que se passa nesta cidade.
E de nada valerão as orações da figura ao meio…pois o semblante do seu companheiro à direita, e o punhal do outro, não auguram nada de bom nem de pacífico.
Em Entre Campos, as estátuas são de pedra…mas mesmo assim conseguem avaliar o que fizeram da “Feira Popular”…e não gostaram!
E de nada valerão as orações da figura ao meio…pois o semblante do seu companheiro à direita, e o punhal do outro, não auguram nada de bom nem de pacífico.
Em Entre Campos, as estátuas são de pedra…mas mesmo assim conseguem avaliar o que fizeram da “Feira Popular”…e não gostaram!
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Parque Eduardo VII
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
sábado, 29 de setembro de 2007
Tejo
Indiferente ao moderno autocarro, aos automóveis próprios de outro tempo, que não o seu, aos guindastes e contentores, semáforos e pontes giratórias, símbolos da pressa e talvez da disciplina, o velho veleiro, sóbrio e quase despercebido, entra no porto.
Ninguém repara.
Silenciosamente, como é seu timbre, e devagar, procura o seu lugar de descanso.
Que merece.
Ninguém repara.
Silenciosamente, como é seu timbre, e devagar, procura o seu lugar de descanso.
Que merece.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
sábado, 22 de setembro de 2007
Inevitável...
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
sábado, 15 de setembro de 2007
"Nicola"
O “Nicola”, um dos “templos” de conversa e convívio da Lisboa de sempre, mudou de gerência.
Até aqui, nada de especial.
Só que… os novos donos já adulteraram, sem dó nem piedade, e quase por completo, um outro espaço “sagrado”, a “Brasileira”.
Temos assim dois cafés “ex-libris” da cidade com os mesmos donos…que já provaram não saber respeitar a história de tais estabelecimentos.
A primeira mudança foi estender a esplanada quase até ao pavimento pisado pelos autocarros, pelo que, para se entrar no café, faz-se uma espécie de gincana entre as mesas no meio da rua.
Promete!
Pobre "Nicola"…ao menos se o Bocage fosse vivo, para arrasar tal despautério...
Até aqui, nada de especial.
Só que… os novos donos já adulteraram, sem dó nem piedade, e quase por completo, um outro espaço “sagrado”, a “Brasileira”.
Temos assim dois cafés “ex-libris” da cidade com os mesmos donos…que já provaram não saber respeitar a história de tais estabelecimentos.
A primeira mudança foi estender a esplanada quase até ao pavimento pisado pelos autocarros, pelo que, para se entrar no café, faz-se uma espécie de gincana entre as mesas no meio da rua.
Promete!
Pobre "Nicola"…ao menos se o Bocage fosse vivo, para arrasar tal despautério...
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Eça
domingo, 9 de setembro de 2007
"Top 10" de livros
A Fátima Rosado, do “Bordado de Murmúrios”, lançou-me o desafio de pensar em 10 livros que possam constituir o meu “Top 10”, tarefa ingrata, porque qualquer um de nós faria, sem dificuldade, um “Top 50”. Ou mais.
Mas aqui está a minha lista, feita com os livros que de imediato lembrei.
“Memórias de Adriano” de Marguerite Yourcenar
“A Minha Concepção do Mundo” de Bertrand Russell
“Cântico Negro” de José Régio
“Diário” (qualquer volume) de Miguel Torga
“Os Nus e os Mortos” de Norman Mailer
“Livro do Desassossego” de Bernardo Soares
“Em Busca do Tempo Perdido” de Marcel Proust
“O Nome da Rosa” de Umberto Eco
“O Conde de Abranhos” de Eça de Queiroz
“ A Sombra do Vento” de Carlos Ruiz Záfon
Como é suposto lançar este mesmo desafio a cinco pessoas, ei-las:
Rui e Paula Lima – “Paixões & Desejos”
Teresamaremar – “Pequenos Grandes Nadas”
Mariana – “Ardemares”
Elisabete – “Encanto”
Mas aqui está a minha lista, feita com os livros que de imediato lembrei.
“Memórias de Adriano” de Marguerite Yourcenar
“A Minha Concepção do Mundo” de Bertrand Russell
“Cântico Negro” de José Régio
“Diário” (qualquer volume) de Miguel Torga
“Os Nus e os Mortos” de Norman Mailer
“Livro do Desassossego” de Bernardo Soares
“Em Busca do Tempo Perdido” de Marcel Proust
“O Nome da Rosa” de Umberto Eco
“O Conde de Abranhos” de Eça de Queiroz
“ A Sombra do Vento” de Carlos Ruiz Záfon
Como é suposto lançar este mesmo desafio a cinco pessoas, ei-las:
Rui e Paula Lima – “Paixões & Desejos”
Teresamaremar – “Pequenos Grandes Nadas”
Mariana – “Ardemares”
Elisabete – “Encanto”
Teresa Proença – “Devaneios”
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
"Pavilhão dos Desportos"
“Pavilhão dos Desportos”.
Agora Pavilhão “Carlos Lopes”.
Aquele recinto faz parte da história do Desporto português.
Nele se alcançaram as grandes vitórias do hóquei em patins.
Nele se travaram grandes “combates” da luta-livre nacional, do boxe.
O pavilhão cheio, com alguns milhares de pessoas.
O andebol também por lá andou, numa fase final do Campeonato da Europa.
E os saraus anuais de Ginástica de muitos clubes.
Passa-se por lá agora, e de longe, o aspecto ainda é o mesmo.Quase imponente.
Agora Pavilhão “Carlos Lopes”.
Aquele recinto faz parte da história do Desporto português.
Nele se alcançaram as grandes vitórias do hóquei em patins.
Nele se travaram grandes “combates” da luta-livre nacional, do boxe.
O pavilhão cheio, com alguns milhares de pessoas.
O andebol também por lá andou, numa fase final do Campeonato da Europa.
E os saraus anuais de Ginástica de muitos clubes.
Passa-se por lá agora, e de longe, o aspecto ainda é o mesmo.Quase imponente.
Mas quem se aproxima dos gradeamentos…pode constatar a degradação, o abandono, o desleixo, a ruína.
Quem é responsável por tal estado?
O Pavilhão não teria, ainda hoje, nenhuma utilidade?
E mesmo nessa eventualidade, pouco crível, seria de deixar cair de podre?
Quem não respeita o seu passado, não merece futuro.
E Lisboa merece.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
"Cheira bem, cheira a Lisboa" ??
Lembram-se das ruas de Lisboa lavadas com jactos de água, pelo menos uma vez por semana? As camionetas com reservatórios, as mangueiras, os funcionários com botas de borracha?
Porque desapareceram?
Não há sujidade que os justifique?
Os simples varredores, varrem. Não lavam. Não tiram o cheiro.
Lisboa está perfeitamente conspurcada.
Não haverá dinheiro para pagar a água?
Ou é apenas desleixo?
Voltem, por favor!
Lisboa não pode continuar uma pocilga!
Porque desapareceram?
Não há sujidade que os justifique?
Os simples varredores, varrem. Não lavam. Não tiram o cheiro.
Lisboa está perfeitamente conspurcada.
Não haverá dinheiro para pagar a água?
Ou é apenas desleixo?
Voltem, por favor!
Lisboa não pode continuar uma pocilga!
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Culpa sempre solteira...
Em muitos locais, damos logo conta do disparate. Da anarquia. Da falta de tudo, desde o elementar bom-senso ao mais rudimentar planeamento.
Mas em outros, só uma câmara fotográfica nos retrata, com perfeição, o “desastre”.
Como neste caso.
Não seriam necessários comentários. A fotografia é bem explícita.
As duas palmeiras e a velha igreja estão completamente inocentes, mas quem permitiu aquele preto, aquele azul, os “caixotes” lado a lado com arquitectura tradicional alfacinha, esse, deveria ter sido preso!
E a grua, lá ao fundo, não vem descansar as mentes mais preocupadas…
Mesmo ao lado da Mãe d’Água, ali no Jardim das Amoreiras.
Mas em outros, só uma câmara fotográfica nos retrata, com perfeição, o “desastre”.
Como neste caso.
Não seriam necessários comentários. A fotografia é bem explícita.
As duas palmeiras e a velha igreja estão completamente inocentes, mas quem permitiu aquele preto, aquele azul, os “caixotes” lado a lado com arquitectura tradicional alfacinha, esse, deveria ter sido preso!
E a grua, lá ao fundo, não vem descansar as mentes mais preocupadas…
Mesmo ao lado da Mãe d’Água, ali no Jardim das Amoreiras.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Placas
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Candeeiros
Parte da Baixa lisboeta está a ser restaurada, nomeadamente aquela zona da Rua da Madalena.
Bem precisava.
Mas nestas coisas de “restauros”, desconfia-se sempre do resultado final, não vá a traça original ser completamente desfigurada, alterada ou até…destruída. E exemplos disso não faltam.
Parece…que não é o caso.
Manter as fachadas é, no mínimo, garantir algum cuidado para sossego dos espíritos mais cépticos.
É que estes candeeiros, que caracterizam Lisboa, não perdoariam ser enquadrados em cubos de vidro…
Bem precisava.
Mas nestas coisas de “restauros”, desconfia-se sempre do resultado final, não vá a traça original ser completamente desfigurada, alterada ou até…destruída. E exemplos disso não faltam.
Parece…que não é o caso.
Manter as fachadas é, no mínimo, garantir algum cuidado para sossego dos espíritos mais cépticos.
É que estes candeeiros, que caracterizam Lisboa, não perdoariam ser enquadrados em cubos de vidro…
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Pedras
Construído por cima da espectacular fonte de Alfama, é necessário quase olhar para o céu para se poder admirar esta obra-prima.
Lisboa tem destes tesouros, que mereceriam outro cuidado de conservação.
Os turistas param. Fotografam. Guardam para si.
Os “alfacinhas” nem dão pela sua existência.
A fonte está “seca”, há muito que não deita água.
O edifício resiste à erosão, ou não fosse ele de pedra.
Pedras, azulejos, ferros, vidros.
Mistura de materiais. De estilos.
A Lisboa de outrora.
De sempre!
Lisboa tem destes tesouros, que mereceriam outro cuidado de conservação.
Os turistas param. Fotografam. Guardam para si.
Os “alfacinhas” nem dão pela sua existência.
A fonte está “seca”, há muito que não deita água.
O edifício resiste à erosão, ou não fosse ele de pedra.
Pedras, azulejos, ferros, vidros.
Mistura de materiais. De estilos.
A Lisboa de outrora.
De sempre!
sábado, 18 de agosto de 2007
Alcalá
Era costume meu.
Sempre que visitava o Museu do Chiado, descia depois um pouco mais a rua, que atravessava, e entrava na livraria espanhola, Alcalá de seu nome.
Era um espaço acolhedor, muito antigo, quase alfarrabista.
A dona era uma senhora muito atenciosa e sabedora, que recebia os clientes com uma atenção, diria categoria, ímpar.
Comprei lá muitos livros sobre Cinema, velhinhos, dos que já não é fácil encontrar.
Em castelhano.
A Alcalá fechou. Definitivamente.
Mais uma loja tradicional que se esfuma.
Que irá surgir naquele local?
Um “snack”?
Fiquei triste.
Sempre que visitava o Museu do Chiado, descia depois um pouco mais a rua, que atravessava, e entrava na livraria espanhola, Alcalá de seu nome.
Era um espaço acolhedor, muito antigo, quase alfarrabista.
A dona era uma senhora muito atenciosa e sabedora, que recebia os clientes com uma atenção, diria categoria, ímpar.
Comprei lá muitos livros sobre Cinema, velhinhos, dos que já não é fácil encontrar.
Em castelhano.
A Alcalá fechou. Definitivamente.
Mais uma loja tradicional que se esfuma.
Que irá surgir naquele local?
Um “snack”?
Fiquei triste.
domingo, 12 de agosto de 2007
Campo Pequeno
Não, não é Istambul, nem Moscovo.
O “velho” novo Campo Pequeno.
Um “ex-libris” de Lisboa, recuperado com total respeito pela traça original, exemplo a ser seguido, sempre.
As cidades não podem descaracterizar-se, tal como aconteceu na Avenida da República, ali bem perto, e que nada tem a ver, para pior, com a antiga Avenida das moradias afidalgadas, que deram lugar a “caixotes” envidraçados, como se estivéssemos na Escandinávia…onde o pouco e raro Sol é completamente aproveitado.
Dá gosto apreciar!
O “velho” novo Campo Pequeno.
Um “ex-libris” de Lisboa, recuperado com total respeito pela traça original, exemplo a ser seguido, sempre.
As cidades não podem descaracterizar-se, tal como aconteceu na Avenida da República, ali bem perto, e que nada tem a ver, para pior, com a antiga Avenida das moradias afidalgadas, que deram lugar a “caixotes” envidraçados, como se estivéssemos na Escandinávia…onde o pouco e raro Sol é completamente aproveitado.
Dá gosto apreciar!
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Biblioteca Municipal
Neste belo palácio, mesmo em frente da Praça de Toiros do Campo Pequeno, funciona a Biblioteca Municipal de Lisboa.
É igualmente espaço para exposições temporárias.
Inolvidável a que lá visitei sobre a vida de Natália Correia.
Mas este edifício precisa de obras. Urgentes.
Eu sei que a Cultura é bandeira muitas vezes teórica.
Pura retórica.
Muito se promete, mas depois a percentagem do Orçamento relega-a para o reino da fantasia e da eterna esperança.
Como esta é a última a morrer…esperemos!
É igualmente espaço para exposições temporárias.
Inolvidável a que lá visitei sobre a vida de Natália Correia.
Mas este edifício precisa de obras. Urgentes.
Eu sei que a Cultura é bandeira muitas vezes teórica.
Pura retórica.
Muito se promete, mas depois a percentagem do Orçamento relega-a para o reino da fantasia e da eterna esperança.
Como esta é a última a morrer…esperemos!
sábado, 4 de agosto de 2007
Parque Eduardo VII
domingo, 29 de julho de 2007
"Éden"
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Ermida de Santo Amaro
Está muito escondida.
É preciso subir muitos degraus para lá chegar, mas quem o faz, sente-se seguramente recompensado.
A Ermida de Santo Amaro.
Só está aberta ao público à segunda-feira.
A vista sobre o rio é soberba, a tranquilidade absoluta.
Chamo a atenção para os azulejos dos claustros, que se espreitam de fora, mas são magníficos quando admirados de mais perto.
Descobri este monumento há pouco tempo.
Está bem cuidado, simples mas limpo.
E nas traseiras, um pequeno jardim com bancos de madeira completa na perfeição este espaço.
Merece uma visita.
É preciso subir muitos degraus para lá chegar, mas quem o faz, sente-se seguramente recompensado.
A Ermida de Santo Amaro.
Só está aberta ao público à segunda-feira.
A vista sobre o rio é soberba, a tranquilidade absoluta.
Chamo a atenção para os azulejos dos claustros, que se espreitam de fora, mas são magníficos quando admirados de mais perto.
Descobri este monumento há pouco tempo.
Está bem cuidado, simples mas limpo.
E nas traseiras, um pequeno jardim com bancos de madeira completa na perfeição este espaço.
Merece uma visita.
domingo, 22 de julho de 2007
Poetas
Descia o Chiado em passo lento, como sempre faço aos sábados de manhã.
Ao passar pela Igreja dos Mártires, sou abordado por uma rapariga nova, de bom aspecto, toda vestida de branco.
- “Desculpe, gosta de poesia?”
-“Gosto.”
-“Quer ler um poema meu?”, tirando de uma capa de plástico um A4 impresso em computador.
Peguei na folha.
- “Quer que lho leia?”, perguntou em voz amena.
- “ Não, se não se importa lerei mais tarde”.
- “São 2 euros, menos não”.
Dei-lhe 2 euros.
- “Deixe-me assiná-lo”
Assinou.
-“Obrigado e felicidades.”
-“Felicidades também para si”.
E segui.
O poema é este:
“Descreve-me o silêncio…
Não questiones o mar
Despe-o ao invés…
Deixa tudo, mas mesmo tudo.
Mergulha de vez na eloquência
Da mudez, rasga a palavra, recorta-a
Até que dela só reste picadinho…
E só aí talvez de ti digam que
Finalmente és uma pessoa banal…
Ou então nem assim porque todos
De ti já sabem que dormes e
Acordas cada dia com a tua loucura
E tens por amante a poesia…”
Com amizade
Maria do Carmo Correia
21/07/07
Uma rapariga que escreve.
Que vende poema a poema na rua.
Que não aceita menos de 2 euros por cada um.
Que nenhum editor certamente aceitou.
Que acredita em si.
Lisboa. Dos poetas.
Ao passar pela Igreja dos Mártires, sou abordado por uma rapariga nova, de bom aspecto, toda vestida de branco.
- “Desculpe, gosta de poesia?”
-“Gosto.”
-“Quer ler um poema meu?”, tirando de uma capa de plástico um A4 impresso em computador.
Peguei na folha.
- “Quer que lho leia?”, perguntou em voz amena.
- “ Não, se não se importa lerei mais tarde”.
- “São 2 euros, menos não”.
Dei-lhe 2 euros.
- “Deixe-me assiná-lo”
Assinou.
-“Obrigado e felicidades.”
-“Felicidades também para si”.
E segui.
O poema é este:
“Descreve-me o silêncio…
Não questiones o mar
Despe-o ao invés…
Deixa tudo, mas mesmo tudo.
Mergulha de vez na eloquência
Da mudez, rasga a palavra, recorta-a
Até que dela só reste picadinho…
E só aí talvez de ti digam que
Finalmente és uma pessoa banal…
Ou então nem assim porque todos
De ti já sabem que dormes e
Acordas cada dia com a tua loucura
E tens por amante a poesia…”
Com amizade
Maria do Carmo Correia
21/07/07
Uma rapariga que escreve.
Que vende poema a poema na rua.
Que não aceita menos de 2 euros por cada um.
Que nenhum editor certamente aceitou.
Que acredita em si.
Lisboa. Dos poetas.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Aberrações
Os exemplos como este são inúmeros na Lisboa que se pretende conservada e bem estimada.
Quem mandou colocar o “mamarracho” atrás do fontanário não percebeu, ou nem se deu ao incómodo de pensar, que iria desvirtuar completamente a beleza do que decidiu tapar.
A questão que se deve colocar é : que esperam para deitar aquela “coisa” abaixo?
Quem mandou colocar o “mamarracho” atrás do fontanário não percebeu, ou nem se deu ao incómodo de pensar, que iria desvirtuar completamente a beleza do que decidiu tapar.
A questão que se deve colocar é : que esperam para deitar aquela “coisa” abaixo?
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Praça do Comércio
O candeeiro talvez tenha sido inspirado pelo edifício.
Estranhas simetrias que o olhar desatento não capta.
Até porque é necessário olhar para cima, e o português (sabe-se lá porquê) tem por hábito só olhar para o chão.
São vizinhos, na Praça do Comércio.
Olham ambos para as obras do Metro…e não percebem…
Nós preferimos olhar para eles.
E virar as costas à aberração.
Estranhas simetrias que o olhar desatento não capta.
Até porque é necessário olhar para cima, e o português (sabe-se lá porquê) tem por hábito só olhar para o chão.
São vizinhos, na Praça do Comércio.
Olham ambos para as obras do Metro…e não percebem…
Nós preferimos olhar para eles.
E virar as costas à aberração.
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Quiosques
Velho quiosque.
Ainda existem muitos nesta Lisboa, mas poucos funcionam.
Matavam a sede a clientes que, em amena cavaqueira, de pé, encostados às suas pequenas aberturas, antes ou depois dos empregos, “bebiam um copo” que acompanhavam com amendoins ou fava frita.
Vinho, mais tarde cerveja, tabaco, ginjinha, aguardente.
Povo.
Era mais barato que nos cafés.
Pretos, vermelhos, brancos. Quase sempre destas cores.
Hoje sobreviventes, resquícios de um passado pitoresco, que a cidade não pode deixar morrer.
Mas deixa.
Ainda existem muitos nesta Lisboa, mas poucos funcionam.
Matavam a sede a clientes que, em amena cavaqueira, de pé, encostados às suas pequenas aberturas, antes ou depois dos empregos, “bebiam um copo” que acompanhavam com amendoins ou fava frita.
Vinho, mais tarde cerveja, tabaco, ginjinha, aguardente.
Povo.
Era mais barato que nos cafés.
Pretos, vermelhos, brancos. Quase sempre destas cores.
Hoje sobreviventes, resquícios de um passado pitoresco, que a cidade não pode deixar morrer.
Mas deixa.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Estátua
terça-feira, 3 de julho de 2007
Alfama
O pobre e triste “2” retrata o quanto de abandono se pode observar na Lisboa antiga.
O pobre e triste “2” está preso por apenas 1…parafuso. Os outros companheiros há muito desapareceram.
O pobre e triste “2” já esteve direito, quando o gradeamento vizinho, também ele esquecido e sujo, não era habitação de aranhas e suas teias.
Mas afinal…quem será “pobre e triste”?
O “2”?
O pobre e triste “2” está preso por apenas 1…parafuso. Os outros companheiros há muito desapareceram.
O pobre e triste “2” já esteve direito, quando o gradeamento vizinho, também ele esquecido e sujo, não era habitação de aranhas e suas teias.
Mas afinal…quem será “pobre e triste”?
O “2”?
O proprietário?
Ou quem deveria cuidar desta cidade?
Ou quem deveria cuidar desta cidade?
domingo, 1 de julho de 2007
Largo Rafael Bordalo Pinheiro
Ali mesmo ao pé do Teatro da Trindade.
Este prédio sempre me fascinou, e nem o "modernismo" de alguns aparelhos de ar condicionado encravados em algumas das suas janelas, lhe fez perder o encanto.
Fico extasiado a admirar estes azulejos, esta autêntica “obra-mestra” imponente, recatada e sublime.
Os elementos da Natureza são perfeitos.
Como Lisboa. Antiga.
Este prédio sempre me fascinou, e nem o "modernismo" de alguns aparelhos de ar condicionado encravados em algumas das suas janelas, lhe fez perder o encanto.
Fico extasiado a admirar estes azulejos, esta autêntica “obra-mestra” imponente, recatada e sublime.
Os elementos da Natureza são perfeitos.
Como Lisboa. Antiga.
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