quarta-feira, 30 de maio de 2007

S.Bento deslocado...


Pobre Arco!
Nunca Manuel da Maia imaginaria que esta sua obra fosse tão mal tratada pelos lisboetas!
Foi construído na R.de S.Bento, mesmo junto à Assembleia da República.
Mas em 1938 resolveram demoli-lo. Porquê? Mistério!
As pedras são depositadas no Convento das Francesinhas…depois passam para a Ajuda…até que o célebre Krus Abecassis (coitado do velho e saudoso Monumental…) resolve colocá-lo na Praça de Espanha.
Muitos anos passaram, com as pedras empilhadas, a criar musgo…quando em 1998 o ergueram, finalmente.
Mas…
Não está ali bem.
Nada tem a ver com o espaço.

Pobre Arco!

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Chiado


Entre dois Largos, a estátua estreita.
Entre dois Poetas (Camões e Chiado), o Santo anónimo.
Entre duas estátuas, um nicho numa Igreja.
Duas Igrejas.
Os eléctricos.
As ruas com paralelepípedos, velhos e gastos.
A Lisboa de sempre.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Homenagem


Habituei-me desde miúdo a passar por esta senhora cega, que pedia esmola ao fim da Rua Domingos Sequeira, já quase no Largo da Estrela.
A caminho do Colégio, depois do Liceu, lá estava ela, sentada num pequeno banco.
Os anos passaram. Muitos.
Nunca mais a vi.
Mas há dias, na Avenida da Liberdade, a surpresa.
Que registei.
Era ela!
A pobre senhora já é muito idosa.
Nunca me viu... nem sabe quem sou.
Mas faço questão de aqui a deixar.
Sensibilizado!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

A desaparecer (2)


O sapato não será de 1871, como o prédio.
Mas representa um tipo de loja que desaparece cada vez mais, o sapateiro remendão.
Sempre gostei do cheiro desses lugares, alguns até em vãos de escada, onde as “meias solas” reinavam, juntamente com as “biqueiras” metálicas, os atacadores de várias cores e tamanhos, as “capas”, os saltos e as palmilhas.
Depois vieram as lojas de consertos rápidos, mas mesmo essas não vingaram.
Lembro-me do velho sapateiro da rua onde morava, que acabou os seus dias a lavar carros numa garagem, longe do “seu” mundo que se extinguira sem ele dar por isso.

domingo, 20 de maio de 2007

Lisboa das Cores


Lisboa azul.
Lisboa verde.
Lisboa das cores,
Lisboa garrida, alegre em contraste com os lisboetas.
Lisboa que se agarra à sua beleza eterna.
Lisboa.
Azul, verde, amarela, rosa, branca, mil matizes
Neste Maio de sol vermelho.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

De 1 a 4


Um poste. Um castelo.
Dois candeeiros. Duas naus. Duas bandeiras.
Três claraboias.
Quatro torres.

sábado, 12 de maio de 2007

Parque Eduardo VII



O pombo quis ficar bem na fotografia.
Pudera, a ocasião não era para menos.
Na cabeça dum cavalo! Quantos pombos o conseguiriam?
Sentiria orgulho em mostrar à numerosa família que invade Lisboa.
Que conspurca a cidade.

O cavalo, esse, é de pedra e tudo suporta.
Abandono, sujidade, isolamento…até pombos!

E mesmo as árvores não conseguiram um consenso.
Enquanto a da esquerda não se moveu um milímetro,
as outras duas inclinaram-se para melhor aparecerem no retrato.

Só a vegetação por trás pareceu indiferente a tudo.
E o telhado ao fundo, entretido a ver o doentio tráfego.

Lisboa também é isto!
Diálogos impossíveis.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

A desaparecer (1)



Nos tempos em que se escreviam cartas, compravam-se os selos em algumas tabacarias, que ostentavam a placa que aqui se mostra.
Não havia mails…nem net….nem chats….nem telemóveis…escreviam-se cartas e bilhetes-postais.

Ainda há tabacarias com selos.
Mas bem poucos os compram.

domingo, 6 de maio de 2007

Restauradores


Praça dos Restauradores.

Onde o “Éden” já não é cinema, o “Condes” virou “HardRock” igual aos similares em todo o mundo, o “Lourenço&Santos” loja de vestuário íntimo feminino, os velhos cafés são agora Bancos.
Sobrevive os “Piratas”, mas sem o fulgor de outros tempos.
Até o elevador da Glória está temporariamente (?) encerrado, por causa do Túnel do Rossio, Santa Engrácia da actualidade.
E o aristocrata “Avenida Palace”, ninho de espiões nos anos 40, parece dizer a tudo o que o rodeia : “Que tristeza!”. No que é acompanhado pelo espectacular Palácio Foz.
E os meninos da estátua, que bem poucos admiram, parecem admirados com tanto "progresso".

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Vielas



Lisboa das vielas.

Cantadas e ditas por fadistas e poetas.
O velho candeeiro que ilumina. Ainda.
O azulejo que resiste.
A janela sem craveiros, o telhado há muito esquecido.

Lisboa das vielas.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Uma outra Havaneza...


Lisboa é também chapa ondulada em portões de correr.
De guardar. De proteger.
De tudo.
Menos da ferrugem. Das latas de “spray” que nelas dão asas à criatividade.

Em 1º de Maio, a frase na chapa.

Lisboa que trabalha.
Lisboa digna.