Alcindo de Carvalho. O nome dirá pouco, ou nada, ao comum dos cidadãos, a menos que se interesse por fado, o castiço, talvez o verdadeiro. Da “velha escola” fadista, Alcindo canta em retiros e casas de fado, com a sua voz rouca, a lembrar o grande Carlos Ramos. Influência que não esconde, até porque interpreta habitualmente muitos fados criados por essa figura inolvidável. Apreciem Alcindo de Carvalho, porque já não há muitos desta estirpe.
Sempre que penso em fado castiço, lembro José Pracana. Para além de guitarrista exímio, de imitador de excepção de outros grandes fadistas, Pracana canta com o sentimento da velha boémia lisboeta. Ei-lo em “Lenda das Rosas”.
Poucos "aristocratas" cantaram o fado castiço tão sentidamente como Teresa Tarouca. Num plano bem superior está Maria Teresa de Noronha, mas génios há poucos....
Uma das características essenciais de um bom fadista, é cantar de modo a que todos percebam, palavra por palavra, a letra do fado. Assim cantavam os fadistas de outrora, o mesmo não se podendo dizer de muitos que por aí andam, nos nossos dias, a gritar...
Porque Lisboa é Fado, inicio hoje uma série de fados castiços de que gosto particularmente.
Cantado pelo povo ou por fidalgos, em tascas ou salões nobres, Fado é a “alma portuguesa”, não esquecendo, como nos dizia o grande Manuel de Almeida, que “não é fadista quem quer, mas sim quem nasceu fadista”.
Palavras sábias…que muito “fadista” novo nunca deve ter lido ou ouvido….
Para começar, Fernando Maurício e Francisco Martinho numa "desgarrada".