Pobre Arco!
Nunca Manuel da Maia imaginaria que esta sua obra fosse tão mal tratada pelos lisboetas!
Foi construído na R.de S.Bento, mesmo junto à Assembleia da República.
Mas em 1938 resolveram demoli-lo. Porquê? Mistério!
As pedras são depositadas no Convento das Francesinhas…depois passam para a Ajuda…até que o célebre Krus Abecassis (coitado do velho e saudoso Monumental…) resolve colocá-lo na Praça de Espanha.
Muitos anos passaram, com as pedras empilhadas, a criar musgo…quando em 1998 o ergueram, finalmente.
Mas…
Não está ali bem.
Nada tem a ver com o espaço.
Pobre Arco!
Nunca Manuel da Maia imaginaria que esta sua obra fosse tão mal tratada pelos lisboetas!
Foi construído na R.de S.Bento, mesmo junto à Assembleia da República.
Mas em 1938 resolveram demoli-lo. Porquê? Mistério!
As pedras são depositadas no Convento das Francesinhas…depois passam para a Ajuda…até que o célebre Krus Abecassis (coitado do velho e saudoso Monumental…) resolve colocá-lo na Praça de Espanha.
Muitos anos passaram, com as pedras empilhadas, a criar musgo…quando em 1998 o ergueram, finalmente.
Mas…
Não está ali bem.
Nada tem a ver com o espaço.
Pobre Arco!
3 comentários:
Pois eu não desgosto de ver ali este arco de pedra... Aliás acho que o gostaria de ver em qualquer lugar... Um abraço..
PS: pelo menos não deixaram as pedras ao abandono a adornam aquele espaço...
Após o abandono das cavernas, a primeira descoberta do Homem foi que dois elementos verticais podiam suportar um outro horizontal (vidé dolméns). Egípcios e gregos foram exímios nestas construcções.
Seguiu-se a descoberta do arco (abobadado), cuja trajectória curva transmitia o peso para as laterais, permitindo aproveitar espaços sem outros apoios.
Roma retomou-o dos Etruscos, e com ele cobriu impressionantes espaços, em arcos romanos representando poder e magnitude. Bisâncio continuou a desenvolver arcos e abóbodas, transmitindo esta noção para oriente.
No Ocidente, com a queda de Roma, o Cristianismo pede espaços de culto fechados, adequados à reunião de fiéis e culto da palavra de Deus. O sistema abobadado vai crescer em intieriores de templos.
O aparecimento do ferro e a engenharia ligaram as possibilidades dos novos materiais à antiga concepção das linhas de força, resultando em construcções como a Torre Eiffel.
Um arco tem a função primeira de estabilizar, suportar, função arquitectónica. Tem essaoutra função de serventia à população, utilitária, permitindo passagens e aproveitamentos, e uma outra estética, elemento para ser admirado.
Construir uma cidade é criar condições que respondam às necessidades dos seus habitantes. Não sei a que necessidades o arco da imagem responderia no seu espaço original. Quaisquer que fossem, deixou, decerto de lhes responder.
Contudo, retirar qualquer peça do seu lugar, descontextualizando-a, é despersonalizar.
Colocado na Praça de Espanha, a sua função deixou de ser funcional, pois falta-lhe o espaço de vida interior.
Está lá para ser visto apenas esteticamente, para ser admirado enquanto obra de arte. E aqui, os gostos dividir-se-ão.
Pessoalmente, não me agrada, porque desenquadrado de outras estruturas da sua época, porque as suas dimensões (imensa verticalidade) mo tornam desagradável face a todo o restante plano horizontal.
Talvez, também, porque não o sinto como um arco triunfal (como o Arco do Triunfo) para que por si só faça história.
Não cria pontos de fuga sob a sua arcada.
Sinto-o perdido, despejado, quase despojado.
Mas haverá quem goste.
Na página
http://fotos.sapo.pt/biclaranja/tag/lisboa
está uma foto do arco no seu lugar original
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