Cidade de recantos, cantos, encantos. Desencantos.
Cidade de palavras, poesia, sílabas, diálogos.
Cidade de azuis, verdes, amarelos, cinza.
Cidade de fado. Destino.
Voz gritada.
Na noite aluarada.
Cidade. Cesário.
Cidade de eléctricos, elevadores. Lavra.
Cidade ao sol.
Cidade de saudade. Saudades. Colinas.
Voz activa.
Na passividade reinante.
Cidade e o rio.
Cidade de jardins, pétalas. Cálices.
Cidade de Prazeres. E de Ajuda. Graça.
Voz.
Sussurrada.
Cidade de vielas, becos, escadinhas e pátios. Alfacinha.
Cidade de passos. Paços.
Cidade de passeios, pedras, miradouros. De cima.
Cidade de ardinas, varinas. Jornais e canastas. Odores.
Vós.
Lisboa.
José Quintela Soares
3 comentários:
Lisboa brinca às escondidas, entre pedrinhas e avenidas.
Um pezinho no melodrama, um passo largo rumo ao sonho.
O rio, veste-a de cor e luz. E o mar afora, logo ali, em constante promessa de viagem.
Lisboa só pode ser essa, furtiva, cantadeira, chorosa e jubilosa :)
Parabéns! Pelas palavras e por um ano de excelentes imagens.
parabéns pelas palavra com que se expressou sobre lisboa e por este ano em que calmamente mostra as belezas desta cidade que eu passei a amar desde que para aí fui estudar.
Belíssimas palavras. Um amigo francês disse-me há mais de vinte anos atrás : "em Lisboa, mesmo quando não se vê o rio, sentimo-lo."
Saudades. Tantas.
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