Era costume meu.
Sempre que visitava o Museu do Chiado, descia depois um pouco mais a rua, que atravessava, e entrava na livraria espanhola, Alcalá de seu nome.
Era um espaço acolhedor, muito antigo, quase alfarrabista.
A dona era uma senhora muito atenciosa e sabedora, que recebia os clientes com uma atenção, diria categoria, ímpar.
Comprei lá muitos livros sobre Cinema, velhinhos, dos que já não é fácil encontrar.
Em castelhano.
A Alcalá fechou. Definitivamente.
Mais uma loja tradicional que se esfuma.
Que irá surgir naquele local?
Um “snack”?
Fiquei triste.
Sempre que visitava o Museu do Chiado, descia depois um pouco mais a rua, que atravessava, e entrava na livraria espanhola, Alcalá de seu nome.
Era um espaço acolhedor, muito antigo, quase alfarrabista.
A dona era uma senhora muito atenciosa e sabedora, que recebia os clientes com uma atenção, diria categoria, ímpar.
Comprei lá muitos livros sobre Cinema, velhinhos, dos que já não é fácil encontrar.
Em castelhano.
A Alcalá fechou. Definitivamente.
Mais uma loja tradicional que se esfuma.
Que irá surgir naquele local?
Um “snack”?
Fiquei triste.
5 comentários:
Embora o Outono/Inverno sejam as minhas estações preferidas, e os Natais tragam muitos cheiros e lembranças, o Verão traz-me outras, de férias, família e amigos dos meus pais.
Saudosa de outros Estios, pensava, um destes dias, num novo tema para o meu blog Príncipes e Princesas, e, porque fala de sonhos, fiquei muito tentada a que o novo post tivesse como título "Eu sonhei sonhos" :)
Fui por aí... evocando cada vez mais para trás, querendo estar em alguns lugares e, ao mesmo tempo, vinham-me imagens desses lugares hoje.
Não sei se são hoje outros porque inevitavelmente os ligamos às pessoas. E outros se tornaram porque muitas das pessoas já partiram.
Há ervas que invadiram espaços e esconderam trabalhos árduos e/ou cuidadosos. Há janelas trancadas, casas vazias, telhas que esvoaçam e paredes que abrem gretas.
Os cheiros são também outros já. Não cheira a caruma a arder, as casas não cheiram a cera.
A alguns desses lugares ainda teimo voltar, embora doa. Talvez os devesse deixar quietos.
Porque morrem os lugares onde fomos felizes?
Agatha Christie respondia a isso, que nunca devemos voltar a um lugar onde fomos felizes.
Talvez por isso Marguerite Duras nunca voltou à Indochina? Nem Karen Blixen quis retornar ao Quénia?
Tenho uma certa relutância em usar a expressão "No meu tempo...", pois este tempo é ainda meu. Porém, cada vez mais as nossas referências se esfumam e fica a nostalgia de um tempo em que acreditávamos que tudo e todos eram eternos.
Só há mais uma coisa triste que uma livraria que fecha: um mundo sem livros.
Sinto que lo de meu link fora um erro (?), mas o blog é seu, e eu também acho que está melhor sem musarañas.
Seguirei visitando esta pequena maravilha.
Teresa, a resposta não é só que os lugares mudam... também mudamos nós.
Ya não somos que fomos, somos otr@.
E dói tanto ver os nossos "cantos" fecharem-se.
A Livraria mudou-se para rua da Madalena. Não sei qual o numero da porta.
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