sábado, 29 de setembro de 2012
Outros tempos...
Há tempos, tive oportunidade de visitar as antigas instalações de "O Século".
Enquanto fotografava, lembrei o ardina que, enrolando o jornal, o enviava para a varanda do 4º andar onde eu morava, o tempo em que os jornais faziam parte integrante do nosso quotidiano, de manhã e à noite, títulos como o "Diário Popular" e o "Diário de Lisboa", "A Capital" que em jovem comprava apenas para ler o editorial de Francisco Sousa Tavares, os desportivos, o tamanho dos matutinos, enormes, o número avassalador de páginas, o cheiro, as mãos sujas de tinta após a leitura, as bolsas gigantescas que os vendedores de jornais punham ao ombro, os pregões, enfim, um passado varrido pelos computadores, pelas televisões, pelo acesso instantâneo à informação.
Esqueci, por momentos, a Censura.
E tive saudades.
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3 comentários:
Escolho comentar aqui, ao invés de no FB, porque contente de ver o Lisboantiga como em "outros tempos", segundo o título :)
Dos jornais entre os quais cresci, da minha bisavó todas as manhãs com o Diário de Notícias imenso, lembranças muitas ir esperar a minha mãe à hora da saída, que muitas vezes não era porque notícia mais quente obrigava a que ficasse noite adentro... um universo fantástico que só sabe quem esteve por perto.
[gosto tanto do texto quanto da foto :)]
Também me deixou saudades.
Lembranças de coisas que por vezes esquecemos... e, neste caso dos jornais atirados diariamente para a varanda, mesmo sem assinatura, eram pagos ao mês!
Saudades de meus avós, de meu pai, de ser criança... :(
Maria
Era mais o Diário Popular - normalmente o ardina anunciava na Rua da Esperança - a morte do marido que foi enforcado pelo nó da gravata
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