As Escadinhas são as mesmas, os azulejos do prédio à direita também, o candeeiro.
Mas é outra a vegetação, bem mais crescidinha, a ponto de tapar quase por completo a visão da célebre Igreja de Santo Estêvão, inspiração de um fado que Manuel de Almeida e Fernando Maurício cantaram como mais ninguém até hoje.
As árvores tapam a torre, o verde desordenado perturbou a visibilidade, daquele ângulo tão bem fotografado em 1959.
Recordei David Mourão-Ferreira:
“Nos bairros mais antigos há certos núcleos ainda preservados, certos recantos miraculosamente quase intactos, mas na sua maioria as ruas por onde passamos já não são as ruas por onde passámos”.
Exactamente.
(Foto a preto e branco do AFML)
Mas é outra a vegetação, bem mais crescidinha, a ponto de tapar quase por completo a visão da célebre Igreja de Santo Estêvão, inspiração de um fado que Manuel de Almeida e Fernando Maurício cantaram como mais ninguém até hoje.
As árvores tapam a torre, o verde desordenado perturbou a visibilidade, daquele ângulo tão bem fotografado em 1959.
Recordei David Mourão-Ferreira:
“Nos bairros mais antigos há certos núcleos ainda preservados, certos recantos miraculosamente quase intactos, mas na sua maioria as ruas por onde passamos já não são as ruas por onde passámos”.
Exactamente.
(Foto a preto e branco do AFML)
7 comentários:
A paisagem cresce, as cores esmorecem ou renovam-se com novas pinceladas. As primeiras trazem nostalgia, as segundas - de tão radiosas - parecem despropositadas. Na verdade, até o sol de agora parece ter outra luminosidade, porventura resultado da maior poluição, segunda pele a cobrir a cidade. Ou o nosso olhar a inventar a patine do tempo.
Mudam, ainda, os rituais; são outros os hábitos; desapareceram as figuras que aos lugares davam vida; modernizam-se os recantos ao sabor do progresso.
Mas, essencialmente, nós também somos outros.
Belo pormenor de «ALFAMA», que cada dia nos deslumbra mais!
Um abraço
APS
Não só os lugares mudam. Tal como diz 'divagarde' ...
"essencialmente, nós também somos outros"
Isso mesmo sinto eu ao percorrer Lisboa durante as minhas visitas. Contudo a alma mantem-se. A alma do lugar e a minha. Entre as duas existe um acorde harmonioso.
Gosto de vir aqui, a esta 'Lisboa antiga'onde deixei grande parte de mim...
Um abraço.
Como sempre, belos cantos dessa Lisboa que amamos e que se transforma, nem sempre para melhor.
Recanto encantador, ainda há coisas muito bonitas em Lisboa, mesmo que pouco cuidadas.
Exactamente.
Estive lá há bem pouco tempo e só agora vendo a foto de outros tempos me apercebo dessa verdade inscrita nas palavras sábias de Mourão-Ferreira. Mas em muitos locais, ou o meu olhar não passou por lá noutros tempos, ou simplesmente também já são é o mesmo.
Um abraço
...Quem me dera ter outra vez 20 anos !.Fiquei deslumbrada,com estas paginas . maria
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