terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lisboa e os Poetas (4)


"Digo:
"Lisboa"
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver"


Sophia

1 comentário:

spring disse...

Caro José Quintela Soares
O poema da Sophia fala de Lisboa como só ela sabe e de imediato somos transportados a uma das suas colinas e ficamos nela a olhar a cidade com o tejo ao fundo, serpenteando por esta bela cidade.
Abraço cinéfilo
Paula e Rui Lima