Embora muitas tenham sido as visitas repetidas em anos sucessivos, a Feira do Livro traz-me sempre um cheiro de fim de tarde quente, entre o sol e o cinzento, vão mais de 25 anos. Um fim de tarde pós-aulas, saída da faculdade directa e quase exclusivamente para o pavilhão Difel, que era no tempo o que mais oferta inovadora tinha. Roteiro que se repetia nas restantes outras tardes ou noites.
E com o cheiro do verde, da tarde, da cidade, o dos livros, do papel e da tinta. A que junto depois outro, das vielas estreitas de Alfama num Santo António, e outro ainda de algodão doce de Feira Popular. E o Tejo ao fundo, a trazer outras lembranças de manhãs frescas, essas remetendo mais para trás, quando atravessava o parque, lá ao cimo, rumo ao liceu, dia a despertar em matizes matinais.
Ver esta fotografia não me remeteu para as guerras e (des)interesses entre editoras e afins, mas ainda e sempre para as outras viagens, no tempo, as mesmas viagens, a outro tempo, a esse pacote de imagens e cheiros ainda embriagante.
Concordo inteiramente com a Teremaemar. A Feira do Livro lembra-me uma certa febre de descoberta dos novos livros, de novos autores. Íamos ao fim da tarde, o meu pai, por vezes a minha mãe, folheávamos, liamos contracapas, passeávamos entre os livros. Não foi sempre desagradável e era um bom acontecimento "cultural" de uma cidade que tinha poucos acontecimentos desse tipo.
Mas talvez o José tenha razão. Pelos tempos que correm, essas coisas têm agora um odor fortemente comercial, deveras nauseante.
2 comentários:
Embora muitas tenham sido as visitas repetidas em anos sucessivos, a Feira do Livro traz-me sempre um cheiro de fim de tarde quente, entre o sol e o cinzento, vão mais de 25 anos.
Um fim de tarde pós-aulas, saída da faculdade directa e quase exclusivamente para o pavilhão Difel, que era no tempo o que mais oferta inovadora tinha. Roteiro que se repetia nas restantes outras tardes ou noites.
E com o cheiro do verde, da tarde, da cidade, o dos livros, do papel e da tinta.
A que junto depois outro, das vielas estreitas de Alfama num Santo António, e outro ainda de algodão doce de Feira Popular.
E o Tejo ao fundo, a trazer outras lembranças de manhãs frescas, essas remetendo mais para trás, quando atravessava o parque, lá ao cimo, rumo ao liceu, dia a despertar em matizes matinais.
Ver esta fotografia não me remeteu para as guerras e (des)interesses entre editoras e afins, mas ainda e sempre para as outras viagens, no tempo, as mesmas viagens, a outro tempo, a esse pacote de imagens e cheiros ainda embriagante.
:))
Concordo inteiramente com a Teremaemar. A Feira do Livro lembra-me uma certa febre de descoberta dos novos livros, de novos autores. Íamos ao fim da tarde, o meu pai, por vezes a minha mãe, folheávamos, liamos contracapas, passeávamos entre os livros. Não foi sempre desagradável e era um bom acontecimento "cultural" de uma cidade que tinha poucos acontecimentos desse tipo.
Mas talvez o José tenha razão. Pelos tempos que correm, essas coisas têm agora um odor fortemente comercial, deveras nauseante.
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